quinta-feira, 23 de julho de 2015

É tempo de repensar o RH


As pessoas às vezes gostam de escrever artigos ofensivos sobre a área de Recursos Humanos. Eu mesmo já escrevi, e isso virou até moda nos estados unidos.

Um bem famoso foi o “Por que odiamos o RH” do site FastCompany. Um outro, no LinkedIn, foi escrito por um cara chamado Bernard Marr, que não gosta do título do departamento e depois pergunta: Porque precisamos de fazer algo como “análise de pessoas”?. Outro artigo, do famoso Wall Street Journal, destacou recentemente as empresas que optaram por acabar totalmente com a função.

Você sabe quem é Toby Flenderson? 

É o gerente de RH da série “The Office?”. Ele parece representar a ideia da maioria das pessoas sobre o que é um gerente de recursos humanos: uma pessoa bastante calma, passiva, e que parece passar a maior parte do seu tempo dizendo às pessoas o que não fazer.

Toby representa o arquétipo generalista do RH: fácil de lidar, amável, e gastando a maior parte de seu tempo para ajudar as pessoas a se livrarem de problemas. 

Aí eu te pergunto: É este o tipo de imagem que desejamos ter associada à nossa profissão, seja aqui, nos Estados Unidos ou na China? 

Absolutamente não. 

Durante minha carreira, cruzei com grandes profissionais de RH que são bastante expansivos e em nada lembram um sujeito pacato como o gerente da série. Pra dizer a verdade, o tal do RH é algo bastante complexo, quase sempre multidisciplinar, e extremamente importante em qualquer empresa.

Mas em muitos casos, reconheço, o RH funciona um pouco como o gerente Toby. Muitas empresas sentem que seu departamento de RH custa muito e não entrega o suficiente. E convenhamos, muitos profissionais de RH não tem habilidade para enxergar a totalidade do negócio.

Minha conclusão? 

Precisamos URGENTEMENTE redesenhar o RH! 

É hora de planejarmos realmente uma mudança para a função. Não falo apenas de mudar nome, mas todo o modelo tradicional também. 

Em primeiro lugar, temos que focar o RH no gerenciamento de talentos, pois são eles que conduzem o negócio. 

Sei que precisamos nos preocupar com regulamentos, relações trabalhistas, folha de pagamento, e muitas outras áreas administrativas, mas valor real da empresa encontra-se no gerenciamento de talentos. As tarefas burocráticas e documentais estão cada vez mais sendo terceirizadas, o que resta de verdade ao RH interno é a tarefa de desenvolver pessoas. 

Isto significa que precisamos de pessoas que entendem de avaliação, coaching, recrutamento, análise de dados, psicologia, treinamento e tecnologia. E tudo isto em profundidade! 

Hoje, profissionais de RH realmente bons, são em primeiro lugar consultores e desenvolvedores de pessoas. Sim, eles sabem muito sobre práticas de legislação e disciplinas comuns da área, mas funcionam basicamente como consultores de negócios. Eles podem se sentar com um gerente de linha e ouvir suas dificuldades, recomendar soluções pensadas, e, em seguida, arregaçar as mangas e fazer as coisas acontecerem. 

São pessoas informadas, atualizadas e arrojadas, que entendem e valorizam o desenvolvimento do capital humano. 

O que precisamos na área de RH é ter verdadeiros parceiros de negócios que entendam o contexto e saibam como levar as pessoas ao alcance dos objetivos da empresa. 

Os dias dos profissionais que são apenas “pessoas boas e com facilidade em interagir com os colaboradores” acabaram. Sim, o RH tem tudo a ver com as pessoas, mas tem MUITO mais a ver com a relação das pessoas com os negócios do que com fazê-las felizes e sorridentes. 

Esta é a minha opinião. Qual é a sua? 


Fonte: recursosehumanos.com.br

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